18/07/2010

Vida afora, noite adentro

Engraçado... voltar a escrever depois de muito tempo dá a estranha sensação de acordar, espreguiçar, estalar os dedos e dizer: "agora vamos lá".
Dizem que, escrevendo, as coisas se resolvem, se acalmam. Vou escrever três bíblias.
Ter um pescoço entre a cabeça e o coração complicou bastante a nossa vida. Nunca duas coisas estiveram tão longe quanto a razão e o sentimento.
E por que é que nossos olhos não conseguem mostrar para o coração aquilo que ele está vendo, puro e simples como é? A menos que o coração seja os óculos dos olhos e mostre além...
Porra, às vezes vejo mais do que gostaria, sinto mais do que suporto e isso me destroi. Será que é difícil entender?
Deveria valer a pena um sacrifício por aquilo que te importa - o sacrifício supremo.
Acho que ninguém está disposto a acreditar que algo valha um sacrifício por medo de se sacrificar em vão, e acabam estragando a leveza que poderia ter.
Mas sacrifícios não vêm ao caso, agora.
É o inevitável lado ruim das coisas boas, porque é só quando se sente, que dói; é só quando se consegue sorrir, que se chora; é só quando se vive, que se morre, e é só quando se ama, que se odeia.
Para mim, a coisa só é boa quando é completa. A noite poderia ter sido boa. Pena.

Um comentário:

  1. Este texto exprime muitos dos meus pensamentos e tenho certeza de que um sacrifício nunca é um vão, eu arrisco sempre! Me jogo! Claro que as vezes me machuco, mas aí é é só uma forma diferente de se "completar" algo.

    "Há uma exuberância na bondade que parece ser maldade." (Friedrich Nietzsche)

    Aguardo mais textos seus. Bjos

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